quinta-feira, 25 de abril de 2013

Pontinhos de Luz


 Palavras belas e sutis
Neste mundo tão hostil
São como flores perfumadas,
Beijos carinhosos,
Afagos maternos,
Alegria de criança,
Pontinhos de Luz
Quentes e ternos
Confortando o coração

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Suave Melodia



Ele caminhava pela praia com os pés descalsos sentindo o suave beijo das ondas. O sol cobria-lhe o corpo e pedia-lhe gentilmente que tirasse a camisa branca com um lindo Cristo Redentor desenhado nas costas. Assim o fez, mantendo somente a bermuda estampada. Suava. Começava a sentir vontade de voltar para casa. Inesperadamente, ao aproximar-se do Arpoador, percebeu que havia uma música no ar. Naquele momento, não conseguia reconhecê-la, mas gostava daquele som. Ficou mais calmo, olhou para as pedras e viu uma mulher. Uma jovem, sentada sobre uma canga florida, admirando o mar. Usava um vestido rosa, bem clarinho, solto no corpo e só um pouco acima dos joelhos. Os cabelos soltos pareciam incensar toda a praia com um perfume único. Era ela! Não precisava mais do que aquela visão para saber que era ela. O cansaço sumiu. Correu e chegou às pedras sem ofegar. Aproximou-se.
Pensou em tocar-lhe o ombro. Recuou. Ela percebeu e virou-se. Constrangido, ele balbuciou um “Me desculpe!”Ela sorriu. Também sabia que era ele. Ele abaixou-se, sem desviar seus olhos dos dela. Afastou um pouco uma mecha castanha do perfumado cabelo daquela bela mulher. Neste momento, o silêncio dos lábios exaltava os gritos dos corações. Tinham a certeza de que encontraram, um no outro, o que sempre procuraram sem saber. Não há nada que traduza a felicidade que os dois sentiram naquele momento. Beijaram-se! A música que pairava por toda a praia começou a aumentar, perturbando o rapaz. Ele abriu os olhos desesperado, desligou seu rádio relógio e reclamou: “Ainda vou perder a hora por causa desses sonhos! Tudo por causa dessa música que eu escolhi!”
Levantou-se e seguiu sua rotina matinal, enquanto a suave melodia de seu rádio relógio voltava a tocar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Poema da Vovó Yedda - Meu Amor Inesquecível

Minha avó Yedda sempre gostou muito de artes e tudo que fosse belo. Sou muito parecida com ela nesse aspecto. 
Lembro-me que ela contava que, quando jovem, gostava de escrever poesias com a irmã. Escreviam, riam e muitas vezes jogavam fora, pois os temas, geralmente, eram os flertes da época.
Bom, a pouco tempo encontrei em um livro que ela me deu um papel amarelado e nele uma poesia. Fiquei muito emocionada e decidi postá-la aqui, sem alterar nada.
Minha singela homenagem à minha avó que se foi em julho de 2011.
Me desculpem não alongar o assunto, não consigo ainda...
Fiquem com o poema da vovó Yedda.

Um grande abraço,
Luciana

Obs: Notem que ela usava pseudônimo!!! Adey





Dia 23-2-1976
Segunda-feira

Meu Amor Inesquecível

No brilho do sol e nas ondas do mar
Eu vejo você meu amor a cantar.

Sorrindo, tão lindo como a luz do luar
Eu vejo ainda o mundo clarear.

Nas noites sem lua a tristeza já vem
Lembrando voê que está no além.

Um dia eu irei te encontrar
E juntos felizes iremos passear.

Pelos bosques floridos, nos perfumes das flores
Passeando contigo esqueço as dores.

Autora Adey

Numa hora de grande inspiração

domingo, 30 de dezembro de 2012

Espelho


Como é triste viver e não poder falar!
Não porque me falte voz, mas sim porque me faltam ouvintes.
Poder comentar lembranças...poder falar do agora...e por que não compartilhar o que desejo para depois?!
Bradar o que há de mais belo em mim e também arrancar as pedras que me sufocam. Contar minhas piadas, ainda que sem jeito, ou desfiar os dramas do dia-a-dia.
Dói muito saber que não posso derramar pelos olhos as lágrimas que afogam meu coração.
Então tomo caneta e papel e...escrevo! As palavras são pequenos reflexos de meus sentimentos e o texto final...é o grande espelho da minha alma! Por vezes manchado, embaçado...outras límpido, cintilante...não importa.
 Ali estou refletida.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Realidade do Reality - Texto publicado na antologia Vozes



                                                               VOZES


Estava voltando para casa após um exame admissional, tranquila por saber que em breve inicio em um novo emprego, e com isso, terei a oportunidade de garantir o meu sustento e o de minha família com o meu digno dinheirinho suado. Dentro do ônibus eu cultivava minha nova mania: ouvir música no celular. Enquanto me deixava embalar pelas melodias da minha rádio favorita, refletia a respeito da fama repentina e principalmente do enriquecimento repentino de algumas, digamos, novas "celebridades". Imediatamente me veio a lembrança de um comentário que escutei na porta da escola do meu filho, a respeito da grande final de um "reality show". Duas mães comentavam  empolgadas que foram dormir mais tarde para ver quem seria o grande vencedor. Eu só escutei, afinal, não gosto desse tipo de programa e na noite anterior tinha algo muito mais importante para fazer: dormir e não escutar o festival de baboseiras que são ditas nessas ocasiões. É claro que não conseguimos, e não podemos, ficar alheios a essas informações. Vencedores de realitys são novos milionários que ocuparão os (outros) programas de TV, as páginas dos jornais, as revistas, a internet, nosso tempo, nossos ouvidos, nossas cabeças, enfim, "deuses" que estarão em todas as partes, em todos os lugares. Estarão famosos e endinheirados. Até mesmo os míseros participantes, que não foram contemplados com o grande prêmio, aumentam o grupo dessa nova "elite". Realmente é muito triste todo esse espetáculo, mas infelizmente as pessoas assistem por diversos motivos, que na minha opinião, não são capazes de explicar o estranho gosto por contemplar exibições febris e absurdamente ridículas dos participantes. Fico imaginando a que as pessoas se submetem para aparecer, alcançar status e ganhar muito dinheiro tão rapidamente. Há quem tenha pena quando os vê em provas que testam o limite de suas forças físicas e psicológicas. Pensando bem, até entendo (um pouquinho só) o porquê de tamanho sucesso dessas atrações. Talvez seja o desejo lá do subconsciente humano de dormir pobre e acordar rico. De chegar na cara do patrão e dizer uma dúzia de nomes feios, que até então paravam na garganta e voltavam em forma de sapo. De curtir o não fazer nada e ainda assim ser bem visto. É...talvez por esse ângulo...
O grande problema é que as pessoas dão atenção demais para esses novos “gente fina” e não enxergam que os realitys estão bem distantes da nossa realidade. Será que alguém consegue imaginar um reality bem real? Que tal colocarmos uma câmera na roupa surrada do pai ou da mãe de família que sai de casa ainda de madrugada e tem de enfrentar vários desafios até chegar ao seu trabalho, como o trem, ou o ônibus, ou o metrô lotados. Tomar muito cuidado para não ser assaltado. Superar o nervosismo do engarrafamento. Legal, né! Cheio de emoções. O grande vencedor é aquele que consegue superar esses transtornos e muito mais. O grande vencedor leva o salário, a comida na mesa e garante mais um mês de emprego. Show! Isso sim é um Reality Show, assim mesmo com as iniciais em maiúsculo. Mas tenho a impressão de que não faria muito sucesso. A cara da pobreza não fotografa bem. Pode até ser que saia um discurso inflamado seguido da mudança do canal de TV indigesto que veio nos esbofetear com imagens tão duras. É...bom, voltando ao ônibus que me trouxe para casa, pois bem, entrou um homem vendendo aquelas gominhas de menta que aliviam a garganta e combatem a rouquidão. Apesar dos fones em meus ouvidos pude apreciar a propaganda do produto simples e atrativo, mas o que sempre me chama a atenção é o apelo desses vendedores. Pedem para aqueles que sentirem no coração que devem ajudá-lo que o ajudem. Eu devo ser mesmo coração de manteiga, pois sempre compro, mesmo que o produto não tenha serventia para mim. Gente, é o apelo de um trabalhador querendo levar o pão de cada dia para sua família! Ele está certo, poderia estar matando, roubando, ou participando de um reality qualquer...
Vocês devem estar se perguntando por que não termino os benditos parágrafos com um ponto final, mas sim com três pontos como se tivesse algo mais a dizer? Porque não tem fim mesmo. Enquanto o homem vendia suas balas no ônibus, passava o rapaz descalço na calçada, alguém morria na fila do hospital público, outro perdia o emprego, lá longe ou talvez bem perto, ou quem sabe as duas coisas ao mesmo tempo possam ter um ser humano morrendo de fome, e este morrendo no sentido literal da palavra. Mas deixemos esta conversa melancólica  de lado, afinal, temos gente bonita e rica para ver na TV, nos jornais...ah, sim! E por falar em jornais, quem disse que essa gente poderosa não tem utilidade e valor? Os jornais nos quais desfilam sua ascensão podem estar servindo neste momento de cama e cobertor para alguém que vive nas ruas, ou então, podem estar desempenhando a nobre tarefa de limpar a humilde bunda das nossas mazelas sociais. 

Vendaval

Receba meu beijo neste vento
E transforme a paixão em vendaval.
Toma meu corpo como alento
E juntos destruiremos todo o mal:
O mal da distância
O mal da solidão
Mas só quando sinto sua mão...
Quente...
Vejo que não é ilusão
E aos pulos fica meu coração...
Então devolva meu beijo insolente,
Que neste vendaval de gente,
Tudo muda de repente,
Menos a minha intenção:
Ardente,
Sempre,
Latente!

É Tempo! - Texto publicado na antologia Vozes



É tempo de tirar a pedra do sapato,
De se ater menos ao fato
De viver sob recato.
É tempo de escancarar as janelas,
De apagar as velas
Do luto pelas dores velhas.
É tempo de regar a semente
Daquela criança imprudente
Que dentro de nós existe, latente.
É tempo de clamar por liberdade,
Libertar-se de toda vaidade,
Viver com mais verdade.
É tempo de resgatar a pureza,
Enxergar a verdadeira beleza,
Caminhar com mais certeza.
É tempo de despojar-se do passado,
Não deixar o presente de lado,
Não viver um futuro ainda velado.
É tempo de inebriar-se com as flores,
Esquecer-se dos falsos amores,
Dar à vida novas cores.
É tempo de andar sobre a grama,
Sem o peso da rotina insana,
Que sobre as nossas cabeças, plana.
É tempo de ouvir com carinho,
O gorjear do passarinho
Que acabara de sair do ninho.
É tempo de revolver,
Correr,
Renascer.

É tempo
Porque ainda há tempo
De verdadeiramente
VIVER!